Minha Mãe
Voltou da Terra ao luminoso ninho
A pomba meiga de velhinhas asas!
Fulgentes as estrelas como brasas
Juncaram-lhe de rosas o caminho.
Seu espírito bom como arminho
Deixou a mesquinhez de nossas casas.
Montanhas, águas e planuras rasas!
Morreu a minha mãe! Orai baixinho!
Mãe adorada! Inolvidável ser!
Deponho a teus pés uma saudade
Para nunca no tempo se perder.
Morreu em nossa casa a luz celeste;
Mas ficou junto a mim, mãe de bondade,
O sol de tantos beijos que me deste!
Artur Maria Afonso